segunda-feira, 27 de novembro de 2017

A Solidão dos Sábios VI

VI
É nesta derradeira manhã vespertina
Que um novo mundo meu
Encerra os horizontes de neblina,
Quanto mais fecho os olhos
Mais consigo ver,
E há uma vontade divina
Que coloca ante nós
Perguntas por responder


Dancem e cantem moçoilas e moços
Alheios do que não querem ver
Podiam ser meros desafortunados
Mas falam de não o querer.
Esfolam e matam pessoas na guerra
Em que até a paz é carnívora, assassina.
Para que simples e barato
Seja o progresso e o teu sorriso
Quantos pobres famintos não viram o paraíso?


Não me relembres mais
Sobre o preço da minha solidão,
Muito me custa mais
Condenar filhos e pais
Para ter castelos e os limitar ao pão.





In Psicadélico

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terça-feira, 21 de novembro de 2017

A Solidão dos Sábios V

V
Ai, das feridas que ainda curo
Das cicatrizes que envergo nesta subida,
Quis trepar os montes do ser humano
E caí num fosso sem saída.
Hoje remeti-me à solidão dos sábios
Para fugir à maldade e ignorância,
A vida é uma criança
Que brinca na chuva,
Pode brincar na chuva ou fugir:
Pode a chuva magoar, sofrer ou fugir;
Pode a criança brincar ou porque é chuva desistir.
Eu sou a criança que brinca na chuva sem desistir,
Eu sou a criança que na solidão não tem que fugir.




In Psicadélico
Apresentação dia 26 de novembro pelas 16 horas no Templo da Poesia em Oeiras

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

A Solidão dos Sábios IV

IV
Sentado na grama da manhã
Inspiro o ar de um mar sozinho
E tudo recai sobre este momento
Agora quero voar no meu cantinho,
Quero a luz, tenho o alento
De continuar este caminho
E medito sobre as luzes que iluminam
Ou os brilhos que leva o vento.
Sou doutro tempo
Em que os luminados chacinam
Em que a vida é não ter tempo

domingo, 19 de novembro de 2017

A Solidão dos Sábios III

III
No meu recanto da paz
Os pássaros cantam no silêncio
As flores renascem numa pressa voraz
E o mundo cresce como me apraz
Ao contrário, é roso, crava, hortênsio


A minha mente é um pintor
A minha realidade, uma tela,
E pinto a ficção com o ardor
De querer ver na ausência de cor
O preencher de uma aguarela.

In Psicadélico

Apresentação dia 26 de novembro pelas 16 horas no Templo da Poesia em Oeiras

sábado, 18 de novembro de 2017

A Solidão dos Sábios II

II
Os sábios solitários
Isolam-se do mundo
Para criar,
Para pensar,
Nesse mistério profundo
Que é existir sem acordar,
E se está em guerra o mundo
Isolemo-nos do mundo

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

A Solidão dos Sábios I

Os Poemas sobre
A Solidão dos Sábios


I
Entrego-me aos braços do inexistente,
Procuro a solidão.
Recosto-me no leito do imaterial
No exílio de um lugar sem chão,
E pouso nesse invisível local
Longe da espécie humana
“Abençoada” pela ignorância,
Entrego-me à minha paz, sou o juiz
Querendo, por justiça, um mundo meu
Sensato e feliz.


In Psicadélico

Apresentação dia 26 de novembro
pelas 16 horas
no Templo da Poesia
em Oeiras