Procurei-te à
noite
Sob a brisa
quente de verão
Depois da tua
aparição
Onde nos teus
cabelos cheios de vida
Assentavas
uma tiara florida
E com o teu
olhar reluzente
Como a água
cristalina e quente
De um paraíso
sem nome
Encaravas-me
resplandecente
E eu soube
nesse instante
Que por ti
percorreria
Do madrugar
da nascente
Até aos
confins do mundo.
E ao
dizeres-me o teu nome
Soube por fim
que decerto
Há mais
vontade de te reencontrar
Do que areia
no deserto
E perdi-te no
mar de gente
Ou deixei que
te levasses
Procurei-te à
noite
Nas ruas
estreitas de Armação
Sob a brisa
quente de verão
E percorri as
avenidas
Com o louco
desejo
De rever esse
olhar encantador
E tão
incógnito como os lugares escondidos
Por detrás de
um nevoeiro,
Caminhei de
lés a lés
Com a vã esperança
De te falar
mais uma vez
De trocar
olhares, carícias
Ser adulto e
ser criança
E nas
palavras à beira-mar
Ser tudo numa
só noite e mais,
Sim, sou
louco
E quero
ver-te sorrir
Ao ouvires
estas palavras
Sabendo que
são para ti
Procurei-te
toda a noite
E no palpitar
do coração
Escorreu-me o
suor e o desespero
Nas ruas
estreitas de Armação
Sob a brisa
quente de verão
Ansiando que
no mar de gente
Tivesse a tua
aparição
Leve e
encantadora
De olhares
postos no meu horizonte
E nas mais
noites que virão.
Percorrerei
as avenidas
Que me levam
aos confins do mundo
Porque vejo
nos teus olhos
Únicos,
doces, míticos
Que desistir
é uma mágoa
Que conformar
leva-me a nada
Que a memória
é insuficiente
E onde quer
que me leva esta estrada
Sigo-a pois ainda não te encontrei
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