8 de Novembro aproxima-se a passos largos e o mundo está em
suspenso perante a assustadora pergunta: E se Trump ganhar as eleições?
Pois invertamos um bocado a linha de raciocínio, de
praticamente toda a gente, e tentemos perceber algo muito simples que, embora à
vista de todos, ninguém ainda viu ou quer ver. Sabemos que o desgaste dos
sistemas sociais e políticos provoca o aumento dos extremismos, é a história
que o ensina. Todo o sistema democrático, desde a União Europeia até aos
Estados Unidos da América, está profundamente desgastado associado às crises
financeiras, à constante corrupção e à incapacidade do sistema capitalista de
resolver certas questões. Perante um sistema desgastado, impõem-se soluções
inovadoras ou alternativas. Se o sistema americano não estivesse profundamente
desgastado seria impensável que Sanders, um feroz inimigo das grandes empresas
e da especulação financeira, e Trump pudessem ter o impacto que tiveram e
continuam a ter. Com Sanders riscado da equação cabe a Hillary Clinton o duro
papel de travar Trump. Hillary vejam só! E como é que se pretende não desgastar
mais um sistema quando a melhor solução que ele tem neste momento é a total
representação do que ele é e tem sido? Hillary É a candidata do sistema, ainda
por cima investigada por casos de corrupção, pouca ou nenhuma capacidade terá
para identificar e combater os erros do sistema.
Ora bem, se esta Hillary ganha, vence o sistema e perpetuam-se
os erros do passado por pelo menos mais 4 anos (em princípio). E se há coisa
que a história nos ensina é que o extremismo não cai nas urnas. Hitler esperou
pacientemente para chegar o poder, Mussolini marchou sobre Roma e recebeu-o de
mão beijada, a própria FN de Le Pen em França não pára de crescer a cada
sufrágio. Pegando aqui no exemplo Francês, quando Le Pen (pai) abandonou a
política, a extrema direita ganhou uma nova face ainda mais perigosa: Le Pen
(filha) conseguiu através de um fortíssimo jogo de demagogia projetar a FN de
uma maneira ainda muito difícil de analisar pois não se sabe até onde irão. E
agora? E se Trump não ganhar as eleições? Quem poderá substituí-lo?
Nas suas bases de apoio está uma população profundamente mal
instruída que decidiu idolatrar uma character
que representa, mais do que o sonho americano, a falta de limites para a
grandeza. Nada pára Trump, nem qualquer valor moral, ético, absolutamente nada
trava aquele homem de dizer e fazer o que quer. Trump é a perfeita manifestação
da libertinagem para a estupidez humana. Contudo se este mesmo Trump cair nas
urnas, não haja dúvidas que a tendência natural para o extremismo e esta base
de apoio sem limites para a ignorância e estupidez tratarão de arranjar alguém
ainda mais perigoso. A isso, o sistema assistirá impávido e sem capacidade de
agir. Viva o Liberalismo!
O cenário é dramático, espero que tudo isto consiga ser
evitado. Pensar que não há nenhum mal que pior não possa ser é assustador.
Resta-nos rezar a Deus, Alá, Buda e a todos os santinhos para que Hillary
Clinton saiba fazer o que tem de ser feito. Mas acreditamos mesmo nisso? Numa
coisa Trump tem razão, na situação judicial em que ela está, devia concorrer
ao sistema prisional e não à Casa Branca.
Que bom pode ocorrer destas eleições nos Estados Unidos da
América? Já nem sei… Ambos os cenários parecem vir dar ao mesmo, o desgaste
total do sistema.
Já que Sanders foi derrotado, Entre
Hillary e Trump venha o diabo e escolha!
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